Não sei se isso é claro para todo mundo, mas se passa mais tempo tentando encontrar qual é o tema exato sobre o qual o consulente quer saber do que efetivamente tirando as cartas e as interpretando.
Formular a pergunta certa, de modo claro e objetivo é o grande desafio e, sem contextualização, sem que o consulente nos forneça as informações verdadeiras e diretas, a questão e a resposta tenderão a ser confusas, abrangentes demais ou seguirem por um caminho que não fará sentido para ele, embora possa ser adequado do ponto de vista da técnica.
Cabe ao tarólogo fazer o trabalho (às vezes árduo) de sempre buscar esta clareza, questionando o consulente quando este não quer falar ou o faz de maneira confusa ou intermitente. Se, depois o mesmo vier dizendo que não fez sentido o que você leu, é necessário fazer todo um trabalho de reanálise, que geralmente vai mostrar que sua tiragem estava correta, bastando que apenas ajuste algumas interpretações. Isso não significa modificá-las para parecerem corretas (pelo amor de Deus!). É que tem vezes que você lê achando que a pessoa estava desempregada, quando estava empregada, ou analisa pelo contexto de namoro, quando era apenas um flerte ou ainda a pessoa dá a entender que tem um compromisso com alguém, quando na verdade, é amante dele. Isso faz nossa interpretação ser levemente diferente, dando a impressão de erro, mas, tão logo o consulente admita os fatos, fica simples encontrar o sentido real da leitura feita.
Nestas horas é preciso ter jogo de cintura e não ter medo de enfrentar o consulente, pois nem sempre ele está pronto para ouvir a verdade e temos que compreender seu momento e ajudá-lo, da melhor maneira possível.
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